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MINHA HISTÓRIA

Um breve relato de minha jornada na música, desde 1952 quando comecei meus estudos de acordeon, em São Paulo no bairro da Vila Hamburguesa, até hoje. 

De  1952 a 1960

 

Em fevereiro de 1952, quando eu tinha 14 anos, comecei meus estudos de acordeon. Vivia na cidade de São Paulo, no bairro da Vila Hamburguesa. Naquela época, muitas famílias tinham o costume de colocarem as filhas adolescentes no curso de Corte e Costura. E comigo não foi diferente. As mocinhas costuravam suas próprias roupas e no futuro as de seus filhos. Assim, minha mãe me matriculou num curso que ficava bem em frente à Escola de Música Elvira Sbrighi. E no meio de moldes e tecidos eu ficava bem atenta ao som que vinha do outro lado da rua.

 

Logo percebi que era aquilo que eu queria - tocar Acordeon. Então, manifestei meu desejo de aprender este instrumento, e com a concordância dos meus pais comecei a estudar com a Profa. Guaracema Marino, de quem guardo afetuosa lembrança.  Fui junto com meu pai na importadora e compramos meu primeiro acordeon - uma Scandalli de 120 baixos - Maestrina. Fiquei super feliz!

 

 

Em dois anos de estudo com a Profa. Guaracema cumpri o programa normalmente realizado em quatro anos, pois estudava 4 horas e meia por dia.  Dali em diante, entrei no Conservatório Drmático Musical Conselheiro Lafayette, onde estudei  as matérias teóricas obrigatórias, -- como harmonia, análise harmônica, história da música, folclore, pedagogia, -- e com a Professora Renata Sbrighi fiz o quinto e sexto anos de instrumento, obtendo o diploma em 1956.

 

Em 1954, aos 16 anos de idade comecei a dar aulas de acordeon na Escola de Música Elvira Sbrighi e também aulas particulares. Nas escolas de música, existiam grupos de acordeonistas - tanto de professores como de alunos. E eu fiz parte do grupo da Escola da D. Elvira, que mais tarde passou a ser o Conservatório Musical da Lapa, me apresentando em diversos lugares, como também levava meus alunos para se apresentarem. D. Elvira regia todos os grupos e a experiência das apresentações públicas era excelente, muito vibrante. A prática em conjunto, até hoje, acho que é o que mais me atrai na execução musical. Agora, vocês imaginem, numa época em que o maior veículo de comunicação era o rádio, - sem televisão, sem internet - as apresentações públicas, ao vivo e em cores, e sendo apresentadas por locutores profissionais - aquilo era o máximo! Um glamour só!

 

Com um repertório que abrangia o erudito e o popular tocamos em Teatros como o Leopoldo

Fróes e o Municipal, dentre outros. O Acordeon era o instrumento do momento, da moda, praticado por muitos. Nos lares era bem comum existir um Acordeon e alguém estudando este instrumento. Havia outras escolas que também tinham seus grupos, como por exemplo as escolas de Edy Meirelles e Álvaro Ceccarelli, só para mencionar as mais próximas. Todos queriam aprender Acordeon - era o instrumento que dominava o panorama social e artístico da época. (Veja a Revista "O Acordeon")

 

Bem, aí surgiram os Beatles ! ! Geniais não?! Revolucionaram a música, os costumes, os relacionamentos. Foram marcantes para as pessoas do mundo todo, não só daquela época, seus contemporâneos, como também para os que vieram depois. Ao mesmo tempo que ocorriam as transformações no gosto popular, que se adaptava para assimilar essa nova música, as tecnologias se aprimoravam, e muito rapidamente instalaram-se na sociedade novas formas de viver, de se relacionar, de pensar, com outros valores e outra estética. Subitamente, o estudo do Acordeon deixou de ser a preferência da maioria.  E as escolas de música quase fecharam as portas, pois os alunos de acordeon desapareceram. Só sobreviveu a escola que soube diversificar e atender a nova demanda, que exigia a guitarra, o baixo elétrico e a bateria.

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